Em meio à pressa e à exposição que são marcas dos nossos dias, muitos crentes sentem a alma cansada e sobrecarregada. Vivemos cercados de ruídos, opiniões e demandas, mas temos pouco tempo reservado para o silêncio diante de Deus. Jesus nos convida a redescobrir o poder do silêncio, que pode ser entendido como um espaço de íntima comunhão com o Pai, onde aquietamos nosso coração e fortalecemos nossa fé.
Em Mateus, capítulo 6, aprendemos que a restauração da alma ocorre quando vivemos a espiritualidade no esconderijo da presença de Deus e não sob aplausos de homens.
Nos versículos de 1 a 4, aprendemos sobre o lado “secreto” da generosidade. Jesus orienta que, ao ajudar o próximo, a mão esquerda não saiba o que a direita faz. O Senhor nos chama a servir em silêncio, com um amor que não busca reconhecimento. Quando aprendemos a praticar o bem sem o desejo de sermos notados, descobrimos a leveza de um coração desprendido. O Pai, que vê o que é feito em secreto, nos recompensa com contentamento e paz. A alma encontra descanso quando servir deixa de ser um meio de afirmação e se torna expressão de gratidão.
Nos versículos de 5 a 8, vemos sobre o secreto da oração. Jesus nos convida a entrar no quarto, fechar a porta e orar ao Pai, que está em secreto. Nesse encontro as máscaras caem, as feridas são tratadas e o coração volta a se alinhar com a vontade de Deus. O secreto é o lugar onde as distrações são deixadas de lado e a presença do Senhor se torna real e restauradora. A alma se fortalece quando as orações deixam de ser performance e se tornam comunhão.
Por fim, nos versículos 16 a 18, vemos sobre o secreto da consagração. Ao falar sobre o jejum, Jesus ensina que ele deve ser praticado com equilíbrio e tranquilidade, sem a aparência de sofrimento. O jejum é um lembrete de que o verdadeiro sustento vem de Deus, não do alimento ou das circunstâncias. No jejum discreto aprendemos a depender do Senhor Jesus. Essa prática silenciosa renova a alma porque nos conduz novamente à fonte de toda força espiritual.
A restauração que buscamos não está presente nas atividades visíveis, mas no secreto da presença de Deus. O Pai trabalha nas áreas escondidas da vida, purifica motivações e realinha o coração. Quando entramos nesse lugar sagrado da comunhão, descobrimos que a verdadeira recompensa não é material, e sim espiritual. O Deus que vê em secreto continua restaurando os que O buscam em silêncio, derramando sobre eles consolo, força e paz.
- Pr. Filipe Lemos – Pastor Auxiliar









