A missão de interceder
Pr. Eduardo Borges
Alguns assuntos dentro da Igreja deveriam ser corriqueiros, comuns, muito naturais. Quando falamos de igreja pensamos em Bíblia, oração, jejum, comunhão, amor ao próximo, pensamos em evangelismo, pensamos em Cristo, claro, pensamos em cultos, em reuniões nas casas e pensamos em muitas outras coisas com a simples menção da palavra Igreja.
Como eu disse antes, estes assuntos deveriam ser naturais, mas o que a prática nos mostra é que em cada época de sua história, a Igreja foca em algumas destas ações em detrimento de outras.
Vivemos em um século dominado pelo egoísmo, pela centralidade de nossas próprias vontades, pelo desejo de crescimento pessoal e realização pessoal. Em tempos de tanto antropocentrismo é de se esperar que a oração intercessória seja apenas um apêndice na vida de muitos crentes.
Quando olhamos para a Bíblia percebemos que tanto no Antigo como no Novo Testamento, a oração foi sempre um aliado do povo de Deus. Encontramos grandes homens e mulheres da Bíblia dedicando grande parte de seu tempo à oração. Oração intercessória como a de Moisés, que clamou por toda uma nação. Orações como as de Daniel, como as de Jó, como as de Davi. Orações de Paulo, de Pedro e de Tiago o irmão de Jesus. A oração está presente em todos os livros da Bíblia. Oração por um povo. Oração por uma igreja.
Quando falamos de intercessão missionária, estamos falando em uma oração em que o foco não sejam as minhas necessidades e nem em que eu seja o centro do universo. Intercessão missionária é colocar o foco no outro, é se importar com o outro, é amar o outro.
Quando falamos de orações intercessórias e falamos de nossa missão de interceder, creio que estas orações devem estar revestidas de três atitudes práticas:
1) Regularidade: O intercessor missionário não é apenas aquele que dedica um dia ou um mês inteiro de oração pela causa missionária, pelo povo de Deus e pelos desafios de nossa época. O verdadeiro intercessor é aquele que ora constantemente por esta causa. É fácil perceber onde está o nosso coração. É só prestarmos atenção em nossas orações. Pense nisso: se eu desejo ser realmente um intercessor missionário eu tenho que orar por esta causa diariamente.
2) Quantidade: Não basta orar todos os dias. Se as orações são feitas muito rapidamente, pode ser que estejamos orando para desencargo de consciência e não por paixão missionária. Quando você for verificar a sua regularidade de oração veja também quanto tempo você dedica do seu dia por esta causa. O tempo vai revelar também, onde está o seu coração.
3) Especificidade: Ou seja, você deve ser específico em suas orações. Certamente ninguém pode orar com regularidade e com quantidade por todos os povos, tribos e nações do mundo. Guarde esta dica: quando você for orar por missões (transculturais ou locais), ore primeiramente de forma genérica, abrangendo o mundo inteiro, mas depois escolha alguns povos para que você possa direcionar suas orações. Quando comecei a escrever esta mensagem para o boletim eu tinha dois objetivos bem específicos:
- Capacitá-lo a perceber se você é, ou não, um intercessor missionário. Creio que observando as três atitudes práticas acima você conseguirá facilmente perceber onde você pode melhorar, ou se isto já é uma rotina em sua vida de oração;
- Desafiá-lo e capacitá-lo a se tornar um intercessor missionário. Basta você seguir as dicas acima e começar a orar com regularidade, com quantidade e com especificidade por esta causa.
Que nesta jornada que estamos vivendo, de trinta dias de oração pelos povos indígenas do Brasil, Deus coloque em seu coração uma paixão por esta causa.