Menu

Estudos e artigos

A Ação do Espírito em Resposta à Oração

Nossas súplicas, na verdade, são apenas o reflexo do que é gerado por Ele em nós.

Com certeza, já aconteceu com você! Ao ver um conhecido na rua, no templo, ou em qualquer outro lugar público, você o chama em alta voz, mas por causa do ruído ou qualquer outra coisa no ambiente, a pessoa não escuta. E você fica meio sem graça, tentando disfarçar a falta de jeito no meio de tanta gente. Não muito diferente é quando você quer muito falar com certa pessoa, liga e deixa um recado, mas, depois de tempo suficiente, nada de retorno. Várias sensações podem aparecer: será que ela realmente recebeu o recado? Será que ela não se importou em retornar? Será que houve um problema mais grave? Mas, quando somos respondidos, somos, com certeza, correspondidos e valorizados.

Se estas tensões acontecem com nossas relações humanas, o mesmo não ocorre com nosso relacionamento com Deus. Ele, na verdade, é aquele que nos busca, e não o contrário! Desde os primórdios da nossa existência, nosso Deus é o que busca o homem, que chama por sua presença. Foi assim no Éden, mesmo quando o primeiro casal tentou se esconder. Foi assim com Noé, quando a humanidade merecia o pleno extermínio. Foi assim também com Abraão, Moisés, e com toda a história de Israel. Nosso Deus é um Deus presente, que não se cansa de nos buscar.

Na história da Igreja, a relação do Espírito com a vida do crente continua. Ele é o paracleto, aquele que caminha ao lado, não simplesmente para ajudar…, mas para que andemos sempre nos planos eternos de Deus.

Quando entramos no período do Novo Testamento, a dinâmica não muda nem um pouco. A iniciativa de enviar Jesus e, depois, o Espírito Santo, foi de Deus, exclusivamente. Nossas súplicas, na verdade, são apenas o reflexo do que é gerado por Ele em nós. Gosto muito de uma frase de Juliana de Norwich (1342-1416): “Eu sou o fundamento de tua súplica; primeiro, é minha vontade que recebas o que suplicas; depois, faço-te desejá-lo; e então faço-te suplicá-lo e tu o suplicas. Como, pois, não haverias de receber o que suplicas?”.

Esta dinâmica é vista em Atos de uma forma muito explícita: os discípulos estão reunidos em oração quando o Espírito é derramado sobre eles (1.14; 2.1-4); Pedro e João experimentam milagres ao se dirigirem para um tempo de oração (3.1); os discípulos são cheios de intrepidez para anunciar o Evangelho (4.24-31); Cornélio é orientado pelo Espírito quando está orando a Deus (10.4,30-31); Pedro tem sua visão do Reino dilatada enquanto está em oração (11.5). E na história da Igreja, a relação do Espírito com a vida do crente continua. Ele é o paracleto, aquele que caminha ao lado, não simplesmente para ajudar para que nossos planos se cumpram, mas para que andemos sempre nos planos eternos de Deus.

Desta forma, nada mais precioso em nossa vida do que buscar o Espírito de Deus em oração. Ele em nada é passivo, mas nos conduz na vontade do Pai, realizando milagres, abrindo portas, nos concedendo ousadia, abrindo nossos olhos para a realidade das promessas. É desejo dele nos abençoar a partir da oração. Ou, retornando às palavras de Juliana de Norwich, “Eu sou o fundamento de tua súplica… Como, pois, não haverias de receber?”.

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha | prluis@oitavaigreja.com.br