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Estudos e artigos

O SERVO SOFREDOR

ISAÍAS 53

A cada dia do nascimento, em cada ano, costumamos comemorar nosso aniversário, adicionando a cada virada uma velinha no bolo. No Natal, temos a mesma tentação: comemorar o “aniversário” de Jesus, descobrindo, desde já, algumas dificuldades, pois como comemorar o aniversário daquele que desde o princípio estava com Deus (Jo 1.1)? Como contar os dias do Pai da Eternidade, como disse Isaías sobre o Messias?

No Natal, celebramos a encarnação do Verbo, mas não podemos perder de vista que tal acontecimento já fazia parte dos planos eternos de Deus, antes da fundação do mundo (1 Pe 1.20). Inúmeras são as passagens do Antigo Testamento que falam do Messias, mostrando como, apesar de confinados em tempos e datas, fomos alvos do amor de Deus antes que o próprio mundo existisse (Ef 1.4-5).

O livro do profeta Isaías é um manancial de textos messiânicos, e um dos trechos mais ricos de todo o A.T. está no chamado Cântico do Servo Sofredor (Isaías 52.12 a 53.12). Nesse breve trecho, o Senhor preparou seu povo para a chegada de um Messias diferente do que muitos esperavam. Ao invés de um líder conquistador e libertador, no estilo dos Juízes, esse Servo seria ao mesmo tempo exaltado (52.13) e admirado nas nações (52.15), mas também desprezado e rejeitado (53.3).

O chamado Servo Sofredor tomaria sobre si nossas enfermidades (53.4), sendo traspassado por causa de nosso pecado (53.5). Mas ao receber o castigo para si, nós receberíamos paz. Nós é que vivíamos como ovelhas desgarradas, mas o Senhor fez cair a condenação sobre ele, e não em nós (53.6). Passivamente aceitou seu destino, como ovelha muda diante dos tosquiadores (53.7). Morto junto com homens perversos, foi sepultado pelo rico (53.9). Apesar de morrer como pecador e criminoso, a declaração de Pôncio Pilatos já havia sido feita pelo profeta Isaías: “posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (53.9).

Por fim, a natureza vicária do sacrifício de Jesus já estava ali estabelecida, pois Isaías também declara que o Servo daria “sua alma como oferta pelo pecado” (53.10), um sacrifício que redundaria em algo frutífero, pois “justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (53.11).

No Natal, comemoramos mais do que o nascimento do menino Jesus. Celebramos a vinda do “Deus conosco”, o Messias dos profetas do A.T., prometido, cumprido e de novo aguardado, pois aquele que veio retornará, não mais como Servo Sofredor, mas como o Rei Eterno do livro de Apocalipse. Maranatha!

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha ∙Pastor Auxiliar