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(Mateus 15.21-28) 

Vivemos num contexto de mundo onde muito se tem pregado sobre milagres e prodígios. Existe um desejo de grande parte das pessoas de testemunhar o sobrenatural. 

Pode existir, porém, um conflito relacionado ao desejo do homem em viver o sobrenatural e a fé genuína. A incredulidade sempre foi uma questão a ser observada na vida das pessoas, e Jesus por diversas vezes alertou seus seguidores sobre a necessidade de uma fé verdadeira. 

Muitas vezes cremos “com o pé atrás”. Sabemos quem Deus é e o que Ele pode fazer, mas em nossa vida diária muitas vezes temos dificuldade em tirar a nossa fé do campo da teoria para algo prático. 

O testemunho da mulher cananeia deve ser inspiração para que nossa fé no Senhor Jesus Cristo deixe de ser apenas palavras e nos leve para um relacionamento íntimo com Ele. 

A mulher da nossa história não fazia parte da nação de Israel. Existia um grande problema em sua família (como existem várias questões nas nossas famílias também): sua filha estava endemoninhada. A fama de Jesus como operador de milagres já era conhecida, e ela tinha a expectativa de que Ele pudesse libertar sua filha. 

Jesus levanta uma questão junto aos Seus discípulos: ter sido enviado para os perdidos da casa de Israel (v. 24). Ele era o Messias esperado pelo povo de Israel, mas João afirma no capítulo 1, verso 11: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. 

Talvez Jesus estivesse testando a fé daquela mulher, porque João afirma: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (João 1.12). Jesus veio não apenas para os da casa de Israel, mas para todos que O recebem e creem no Seu Nome. A expectativa diante do que era ensinado era de que o Messias que viria pudesse salvar apenas Israel enquanto nação e, por isso, a questão é levantada por Ele. 

Uma mãe desesperada clama por ajuda e socorro: Senhor, socorre-me! E olhando para a resposta de Jesus no verso 26, percebemos a ideia de que não seria justo Ele ajudar alguém que não fosse parte dos da casa de Israel, usando a analogia do pão que deve ser dado aos filhos e não aos cachorros. 

A fé da mulher fica evidente quando ela afirma que os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos (v. 27), deixando claro que ela tinha fé de que o pouco (as migalhas) vindo d’Ele já seria suficiente para resolver o seu problema familiar. Jesus afirma para aquela mulher: “grande é a tua fé! E desde aquele momento sua filha ficou sã”. 

Aprendemos muito sobre fé olhando o testemunho da mulher cananeia. É o entendimento de que as simples migalhas, o simples toque, uma simples palavra liberada por Jesus, são o suficiente para resolver qualquer questão nas nossas vidas. Que a nossa fé seja uma fé verdadeira. Que possamos nos entregar verdadeiramente ao Senhor, declarando dia após dia nossa fé n’Aquele que é o doador da vida.  

Deus nos abençoe! 

– Pr. Filipe Lemos – Pastor Auxiliar