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Os pastores Tiago Torres e Gustavo Quirino viajaram até o Amazonas, na região do Médio e Alto Rio Negro, a fim de participarem da Conferência Indígena e para manterem contato com alguns de nossos parceiros. A viagem, que ocorreu entre os dias 27 de maio e 05 de junho, os permitiu conhecer a realidade do campo missionário e perceber suas principais necessidades. O primeiro destino foi São Gabriel da Cachoeira, cidade com mais de 22 mil habitantes, sendo a grande maioria (+95%) indígena.

“No período da noite”, relata o Pr. Gustavo, “tivemos a oportunidade de participar de uma reunião de oração da Igreja Evangélica Indígena. No dia seguinte, pegamos o barco rumo à tribo Yuhupdeh para participarmos do congresso”. E lá eles pregaram, apesar de todas as barreiras linguísticas e comunicacionais. Houve uma ministração na sexta à noite, outras três no sábado e, por fim, uma última na manhã de domingo.

“No domingo pela manhã, no fim da pregação ministrada pelo Pr. Cácio Silva, todos da comunidade de Iauaretê, que foram ao congresso, responderam ao apelo de conversão”, revela.

Pr. Tiago, Pr. Cácio, Pr. Gustavo e o missionário Lindelvan

Para o pastor, esse momento pode significar o princípio da plantação da igreja junto aos Iauaretê, cujo povo se ressente pela ausência de um missionário entre eles, para que seus filhos não vivam da mesma forma como viveram. “Tivemos a oportunidade de conversar e encorajar o Marcio, nosso parceiro, que é presbítero da Igreja Presbiteriana Aliança e líder da igreja Yuhupdeh (Igreja Presbiteriana da Graça). Essa igreja é a única na sua região, que é o segundo maior desafio missionário entre os indígenas do Brasil”.

Outro importante diagnóstico dos nossos pastores foi o consumo imoderado – por parte dos nativos – do “caxiri”, bebida alcoólica bastante tradicional na região. E a comunidade da igreja Yuhupdeh é o único lugar ali onde não mais ocorrem festas regradas ao uso excessivo do caxiri. “O testemunho da Igreja Presbiteriana da Graça (Yuhupdeh) é impactante. No contexto em que a felicidade está ligada à bebida, eles mostram que existe alegria verdadeira em Cristo”, explica.

Igreja Presbiteriana da Graça, localizada junto aos Yuhupdeh

Gustavo também ressalta o impacto que sentiram ao verem de perto a atuação da Igreja Presbiteriana Aliança, que, embora localizada em São Gabriel da Cachoeira, tem sido a maior apoiadora de todo o trabalho da região. Uma igreja composta por 14 diferentes etnias indígenas, que lida com limitações orçamentárias para manter todas as suas atividades.

“Mesmo com os elevados custos, a IPA tem sustentado mais de cinco parceiros. O templo da igreja não tem comportado o crescimento e é necessário fazer uma ampliação que está sendo estudada”, conta. O pastor ainda acrescenta, relatando que a igreja também viu a necessidade de estruturar um local para que os indígenas que descem para a cidade possam ficar, uma vez que os lugares públicos disponíveis são marcados pela bebida, violência e abuso.

“Pensando nesse contexto, a igreja construiu um barracão com banheiros para proteger principalmente mulheres e crianças. A visão missionária dessa igreja teve um impacto sem medidas em nossas vidas, porque eles, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários”, diz.

O Médio e Alto Rio Negro têm, ao todo, 23 povos indígenas, com diferentes culturas e idiomas. Todos eles sedentos do Evangelho de Cristo. O desafio, portanto, é imenso, e o trabalho por lá não pode parar. Muito já foi feito, mas há muito o que se fazer. Os resultados já alcançados, entretanto, são impactantes, como expõe o Pr. Gustavo: “Faltam palavras para falar o quanto nós fomos abençoados com essa viagem, o quanto nós fomos impactados e o quanto ver o Reino de Deus crescendo em lugares onde nós não imaginávamos mexe com alguma coisa dentro da gente”.

Já para o Pr. Tiago Torres, talvez o mais impressionante tenha sido observar uma tribo inteira sendo liberta do consumo do caxiri, graças à Palavra e ao agir do Espírito Santo. “A gente viu com nossos olhos como Deus é poderoso para alcançar uma tribo que era escrava de um único prazer. Todo o desejo da tribo era o dia da Festa do Caxiri; e agora, o maior desejo deles é glorificar ao nosso Deus”.