Uma igreja que cativa as pessoas
Igrejas têm distintas personalidades, como as têm os indivíduos. Elas podem ser sóbrias, informais, alegres, ternas, carinhosas, plácidas, fervorosas, barulhentas, “frias”, formais etc.
A personalidade de uma Igreja é importante em pelo menos dois sentidos, quando pensamos na Igreja como comunidade evangelizadora: 1) Uma personalidade cativante atrai os de fora; 2) A personalidade de uma Igreja pode revelar um cristianismo genuíno, que desperta sede nas pessoas.
Uma Igreja de personalidade cativante é uma combinação ou arco-íris de qualidades. Uma dessas é a espiritualidade. Uma Igreja espiritual manifesta o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. A espiritualidade genuína é diferente das pseudo “frases feitas”, “regrinhas”, pouca paciência com os outros, língua ferina e critica, e “aquele” ar de quem já está com as vestes em ascensão…
Espiritualidade aproxima as pessoas e não as afasta. Essa espiritualidade é revelada na responsabilidade, fidelidade e unção, que se pode perceber nas conversas de corredores, nos cultos públicos e nas reuniões menores. É uma espiritualidade caracterizada por uma constante, contínua e profunda dependência da ação do Espírito na vida da Comunidade.
A Igreja precisa ter uma personalidade tão cativante que mesmo o tímido, o acanhado, pode desenvolver amizades e sentir-se amado e pertencente àquela congregação. O amor entre os membros da Igreja é uma das mais importantes qualificações para a evangelização.
Os sentimentos dos membros da Igreja uns pelos outros afetam a personalidade da Igreja. Pode ser que em algumas igrejas haja aquele sentimento de formalidade e cautela no trato uns com os outros. Em outras comunidades você sente a luz de amigos queridos que amam uns aos outros. É claro que pessoas amorosas e amáveis fazem uma congregação amorosa e amável. É bom recordar sempre que uma Igreja que cativa outros não é simplesmente a comunhão dos “extrovertidos”.
A Igreja precisa ter uma personalidade tão cativante que mesmo o tímido, o acanhado, pode desenvolver amizades e sentir-se amado e pertencente àquela congregação, participar de um ministério específico ou um grupo de trabalho na Igreja, dos diferentes espaços propiciados pelas sociedades internas, ministério de casais… A visitação pode ser significativa para desenvolver relacionamentos profundos.
É indispensável frisar que o simples fato de reunir-se com um grupo pequeno, em si mesmo, não cria intimidade. Uma estranha brecha em muitas congregações é a perda da oportunidade, pelos membros, de uma maior aproximação dos que realmente estão ali. Mesmo numa pequena reunião, a conversa pode ficar apenas nos negócios, no “plano Real” etc., e perde-se a oportunidade de partilhar do que está nas mentes e nos corações. Orações em grupos em que as pessoas podem orar umas pelas e com as outras, levando diante de Deus as lutas, necessidades, angustias, dá a chance a esse compartilhamento.
O crescimento do amor entre os irmãos é a manifestação visível deste amor, que uma organização cristã seja uma Igreja real. O amor entre os membros da Igreja é uma das mais importantes qualificações para a evangelização.
Pr. Jeremias Pereira da Silva | prjeremias@oitavaigreja.com.br