O Pastor Roberto escreve sobre superação no momento em que o país vive inúmeros casos traumáticos, como o ataque em Suzano/SP.
A tragédia pode recair sobre qualquer pessoa. Ninguém está isento. Assim como cada pessoa nasce e morre, todo mundo experimenta alegria e dor, incluindo a perda de um ente querido. Os velozes nem sempre vencem a corrida, e nem sempre os fortes vencem a batalha, diz a Bíblia. O imprevisto sobrevêm a todos eles (Ec 9.11). Jesus afirmou que: Neste mundo teríamos aflições... (Jo 16.33).
Especialistas das áreas de psicologia, psicanálise e psiquiatria explicam porque tragédias causam grande comoção na sociedade e são extremamente difíceis de serem superadas, principalmente para parentes e amigos¹.
A psicóloga e psicoterapeuta Andreia Calçada explica que as pessoas costumam colocar-se no lugar das vítimas e dos familiares, o que aumenta o pesar sobre a morte. Segundo ela, quem sobrevive a tragédias precisa de acompanhamento psicológico para a vida toda:
Provavelmente, eles podem desenvolver o que a gente chama de estresse pós-traumático. A pessoa acaba revivendo essas cenas durante um tempo, vêm como flashes automáticos, podendo gerar pânico. E precisa ser tratado com acompanhamento. Além de viver a quase morte, a pessoa viu a morte de muita gente de perto.
O psicanalista Jeremias Ferraz, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), destaca que: Além da perda da pessoa, há perda do futuro que elas representavam, na vida delas mesmas e do país.
O psiquiatra Mario Louzã faz avaliação semelhante, dizendo que a tragédia choca ainda mais por interromper sonhos: O elemento surpresa gera um luto absolutamente profundo. As pessoas ficam totalmente consternadas. E não tem como fugir do luto, que leva um tempo longo para a pessoa elaborar toda essa perda. Realmente tem que lamentar a morte e prestar as homenagens, que, inclusive, os vivos necessitam.
Após a perda do filho, o Pastor Rick Warren sugeriu cinco passos para superar tragédias e aconselha: Decida confiar em Deus². Warren diz que o primeiro passo para superar o sofrimento advindo de uma tragédia é liberar a dor para que as emoções fortes não causem danos maiores.
Se você não lidar com eles, mas enchê-los profundamente, a sua recuperação de uma crise sempre leva muito mais tempo do que deveria [ ] Jesus disse em Mateus 5.4: Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Em outras palavras, não há problema em chorar. Enfrente seus sentimentos. Não os reprima [ ] Você libera suas emoções a Deus. Se você não conversar sobre isso, vai prejudicar a si mesmo ou a outra pessoa, disse o pastor.
O segundo passo seria admitir que precisa de apoio, para que o fardo não seja absorvido por apenas uma pessoa: A Bíblia diz: Levai as cargas uns dos outros'... Ao ajudar uns aos outros com seus problemas, você obedece a Lei de Cristo (Gl 6.2). É um grande erro isolar-se dos outros quando você está passando por uma crise.
Recusar-se a ser amargo é apontado por Rick Warren como uma forma de superar traumas, pois segundo ele, ser feliz é uma opção: Uma das coisas que eu aprendi por estar no ministério há muitos anos é que não há absolutamente nenhuma correlação na vida entre suas experiências e sua felicidade. Eu tenho visto pessoas que tiveram absolutamente as piores experiências na vida, coisas que chocam a todos nós, e ainda assim mantêm uma atitude alegre, feliz, positiva, porque a felicidade é uma escolha. Você é tão feliz como você escolhe ser, disse Warren.
Os desastres têm uma forma de esclarecer nossos valores e apontar o que realmente importa e o que não importa. Jesus disse: A vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui (Lc 12.15). Não confunda o seu patrimônio líquido com sua autoestima. Não confunda os seus bens com o seu propósito na vida [ ] O que importa são os relacionamentos. Você pode perder a casa? Sim. Você pode perder uma carreira? Sim. Você pode perder um casamento? Sim. Você pode perder a sua saúde? Sim. Você pode perder sua beleza juvenil? Sim. Você pode perder o seu relacionamento com Deus? Não., pontuou o pastor.
Confiar em Deus é o quinto passo sugerido pelo pastor, que cita a esperança como demonstração explícita da fé nesses momentos: Cristãos se posicionam nas tragédias de forma diferente do resto do mundo. Temos que confiar inteiramente em Cristo. Temos que ter esperança. Mas, como? Intencionalmente apoiado em Cristo para a estabilidade, a ouvir a Cristo como direção, e olhando para Cristo, para a salvação. Ele é a nossa Rocha, nosso abrigo, o nosso grande Pastor, o nosso esconderijo. O sofrimento e a tragédia são inevitáveis em um mundo pecaminoso, mas Jesus Cristo faz toda a diferença. Decida que você vai confiar nele, mesmo na mais escura das horas de sua vida, aconselha.
- https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/especialistas-explicam-os-efeitos-psicologicos-de-uma-tragedia-como-da-chapecoensecomo-lidar-com-eles-20559741.html
- https://www.charismanews.com/opinion/39170-rick-warren-5-ways-to-respond-when-tragedy-strikes
Pr. Roberto Santos · Pastor Auxiliar