Sofrimento conjugado no passado
Numa proposta nada clichê que foge ao lugar comum quando o assunto é a angústia, Ariovaldo Ramos lança o livro Pare de Conjugar o Verbo Sofrer
::Por Marcelo Ferreira
Jornalista
comunicacao@oitavaigreja.com.br
Tão antiga quanto à própria humanidade e sempre tão recorrente, a questão do sofrimento é e sempre será motivo de debate e discussão, seja na arte, na música, na literatura. E em especial nesse último quesito, o que não falta são obras que tratam o tema sob os mais diversos ângulos ‒ de “mal necessário” a “algo a ser evitado a todo e qualquer custo” (“Você não nasceu pra sofrer!”).
É fato, porém, incontestável, que o sofrimento é sempre motivo de dor, a despeito de ele ser pedagógico ou não. E para muitos ou a maioria absoluta, lidar com ele é mais que desafio, é quase questão de vida ou morte. E é sobre isso que trata a mais recente obra de Ariovaldo Ramos, Pare de Conjugar o Verbo Sofrer (Rio de Janeiro, Ed. Inatas, 2013). Com pouco mais de cem páginas, rica e estrategicamente ilustrado, o livro é pontuado de frases e textos curtos que vão muito além do efeito. Só lendo pra ver. Ou vice-versa. A obra tem a indicação de leitura de nada mais, nada menos, que Chico Buarque e Caetano Veloso. Entre outros. Até o fechamento dessa entrevista, mais de mil unidades do livro já tinham sido vendidas, isso com pouco mais de duas semanas de seu lançamento. E é justo para lançar sua obra em Belo Horizonte que Ariovaldo Ramos vem à Oitava Igreja no próximo dia 06 de junho, quinta, às 20h (entrada franca). Nessa entrevista que nos concedeu, Ari, como é chamado por muitos, fala de sua obra e como tudo se deu. Ele é escritor, articulista e conferencista com larga experiência na missão da igreja. Foi presidente da Associação Evangélica Brasileira (AEVB) e missionário da SEPAL (Serviço de Evangelização para a América Latina). Hoje preside da Visão Mundial no Brasil e ministra na Comunidade Cristã Reformada. Recentemente, Ariovaldo Ramos esteve na Oitava Igreja para um café e bate-papo com pastores e líderes, quando abordou a temática “A Igreja, a criança, o desafio, a solução”. Não houve quem não fosse desafiado. Segue então a entrevista:
Oitava.org: O que diria da iniciativa de escrita dessa obra? Como, quando e por que teve a ideia de um livro como esse?
Ariovaldo Ramos: Sou pastor. Convivo com isso o tempo todo e cada vez me dou conta de que as pessoas estão tentando se alimentar de uma alienação: a de que é possível não ser atingido pelo sofrimento. Isso não procede, nem é a mensagem das Escrituras.
Oitava.org: Basicamente, de que trata a sua obra?
Ari: O livro é uma ajuda às pessoas a entenderem que o sofrimento é um ambiente inevitável, mas administrável. Isto é, é possível viver no ambiente de sofrimento, sem que o ambiente viva na gente.
Oitava.org: Num comparativo com todos os seus títulos já lançadas, qual o grande diferencial do Pare de Conjugar o Verbo Sofrer?
Ari: Esse livro é assumidamente uma pastoral, um texto para ajudar o ser humano no seu dia a dia.
Oitava.org: Visto que sofrimento é um tema recorrente para muitos autores, preletores, ministros e pregadores, e até políticos em época de campanha, tema esse que em tese “vende”, que abordagem apresenta então nessa obra? Ela foge aos clichês e lugares comuns?
Ari: É uma incoerência bíblica prometer que o dia de amanhã será melhor. O dia de amanhã não será melhor em relação a qualquer dia. Pois como Jesus disse, cada dia terá o seu próprio mal.
Oitava.org: A obra é rica também em ilustrações. O que elas retratam, e por que optou por esse tipo de expediente, já que o tema é o sofrimento?
Ari: A proposta diferenciada na arte do livro é mais um incentivo à reação ao sofrimento.
Oitava.org: O senhor classificaria seu livro como sendo “de autoajuda”? Por quê?
Ari: Não, não é autoajuda. O livro chama o leitor a acreditar na obra de Deus, em Cristo, e a reagir ao ambiente de sofrimento, a partir dessa obra.
Oitava.org: Chico Buarque e Caetano Veloso assinam a contracapa da obra em caráter também de indicação de leitura. O que diria a respeito?
Ari: Temos amigos em comum, que promoveram a conversa.
Oitava.org: Pare de Conjugar o Verbo Sofrer traz também o selo a Visão de parceria/produção e divulgação. O que diria a respeito?
Ari: Sou presidente do Conselho da Visão Mundial, e a organização está trabalhando faz tempo para minimizar o efeito do sofrimento na vida de milhares de pessoas, com uma proposta de desenvolvimento transformador.
Oitava.org: Numa tiragem inicial de 5 mil exemplares, mil já foram comercializados/vendidos, há menos de dez dias do lançamento da obra. O que diria a respeito e como se sente?
Ari: O sentimento que tenho é de graça, de ser agraciado por Deus.
Oitava.org: Ainda que sempre as melhores possíveis, quais suas expectativas sobre Pare de Conjugar o Verbo Sofrer?
Ari: Que as pessoas que leem o livro possam olhar para o ato de Cristo como libertador de qualquer prisão, de modo que o ser humano não precise nunca ter a sua identidade ligada ao sofrimento que vive.
Oitava.org: Uma palavra final então sobre a própria obra e também aos que sofrem.
Ariovaldo Ramos: A melhor forma de encarar o sofrimento é aceita-lo e reagir a ele, de modo que, no que depender de nós, diminuí-lo o máximo possível.
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