PRESENTES DA QUARENTENA PARA OS PAPAIS DE PRIMEIRA VIAGEM
A espera pela chegada de um bebê gera muita expectativa para os papais, principalmente os de primeira viagem. Imagine, então, que esta data coincida com um momento histórico que o mundo vive: uma pandemia. A ansiedade é ainda maior e as orações se intensificam para que tudo ocorra dentro do planejado.
Membro da Oitava, Daniel Miranda Torres, casado com a Karine Gisele do Nascimento Torres, viveu esta experiência de perto, pois tornou-se pai durante a quarentena, no dia seis de julho. Com exatidão, ele conta que a chegada da Beatriz Nascimento Miranda Torres, já carinhosamente chamada de Bia, ocorreu às 16h29, e graças ao Senhor Jesus, com muita saúde e já trazendo alegrias aos papais.
Bia é a primeira filha do casal e já conquistou toda a família com tamanha fofura. Daniel explica que, por essa ser a primeira experiência deles, não havia referências exatas de como tudo seria se acontecesse em “tempos normais”, mas estavam bastante tranquilos, sabendo do cuidado de Deus com a família: “Foi uma experiência única. Tivemos uma gestação muito tensa, por ser uma gravidez de risco e, ao mesmo tempo, tranquila, pois estávamos tranquilos, sabendo que Deus estava no controle. Fomos ‘medicamente’ muito bem assistidos e sabíamos que tinha muita gente torcendo e orando por nós”, conta.
Eles já haviam acompanhado a chegada dos sobrinhos, então, na prática, viram que, realmente, algumas coisas foram diferentes, por conta dos cuidados no combate ao coronavírus. Apenas os dois puderam ficar na maternidade, sem a visita de nenhum familiar e sem poder sair do prédio. E o lado positivo disso foi que tiveram o privilégio de curtir os primeiros momentos da bebê em família, a sós, bem unidos, mas, claro, já contando para os vovôs e titios tudo sobre a nova membro da família: “Foram momentos só nossos e de muitos vídeos, fotos e notícias enviados a parentes e amigos por telefone e WhatsApp”, lembra.
O casal já estava preparado para esse contato pela internet, mas não esperava que o celular fosse um aliado tão forte em um dos momentos mais importantes de suas vidas: “Como a Karine é natural de Recife-PE, já imaginávamos uma chegada bem ‘digital’, mas foi bem mais que o esperado com a pandemia”, relata. E mesmo após a saída da maternidade, o contato com Bia continuou restrito a vídeos e fotos: “Meus pais, irmãs, cunhados e sobrinhos de BH só viram Beatriz pelo vidro do carro”, afirma, reforçando o cuidado que a família teve com a pequena.
Por enquanto, eles se resguardam e vão esperar, pelo menos, dois meses até que possam começar a receber visitas. Apenas os mais próximos da família, em uma passada rápida, foram a exceção e puderam conhecer a Beatriz um pouco mais de perto. Ele conta que os cuidados com a higienização da família e da criança foram redobrados. Além de mudar alguns planos para a chegada da primeira filha, a pandemia também atrapalhou o tradicional chá de fraldas que já era planejado por Daniel e Karine. Ao invés de receberem os amigos e familiares para um tempo de conversa, brincadeiras e orações, com docinhos e lembrancinhas, o evento foi substituído por uma carreata, e tornouse uma “chárreata”: os carros passavam na porta de casa deixando seus presentes e levavam uma lembrancinha. Eles também tiveram um chá online diretamente de Recife e um chá não presencial na Oitava, onde Daniel presta serviços na área audiovisual e Karine já foi funcionária.
Todo esse cuidado parece ter dado ainda mais brilho a um momento tão inesquecível. E no futuro, quando Bia perguntar sobre como foi seu nascimento, a resposta sobre o início de sua história já está pronta, para mostrar como foi especial sua chegada: “Que ela nasceu numa época em que ninguém podia se encontrar direito, que vários amigos e parentes só a viram por fotos e vídeos por meses, que pouquíssimas pessoas acompanharam de perto os primeiros meses de vida dela”, planeja.
Mesmo sendo tão recente, ele já experimenta a maravilhosa sensação de ter uma herança preciosa como uma filha: “Uma experiência única e totalmente nova. Acho que para o pai a ficha só cai quando a criança nasce mesmo. É uma mistura de sentimentos, de um amor totalmente novo e apreensão pelo sustento, futuro e criação dela; e uma felicidade de ver uma criancinha totalmente bem formada e sadia, e que é sangue do meu sangue”, relata.
E para o primeiro Dia dos Pais, ainda em quarentena, Daniel tem a certeza de que sua vida já não é mais a mesma, está mais feliz e completa com os choros, as risadas, as roupinhas e uma criança em sua casa: “Certamente será inesquecível, principalmente por ser tão próxima do nascimento e pelo fato de que, quando me tornei pai, a vida passou a ter um sentido diferente, virou de cabeça para baixo, me completou e tudo fará mais sentido e será fascinante no crescimento da Beatriz”.
“Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.” (Sl 127.3-4)