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O crescimento das igrejas evangélicas indígenas é uma grande realidade em nossos dias, graças a bondade de Deus. Do norte ao sul do Brasil o Evangelho tem alcançado os povos indígenas. Vidas têm sido transformadas, restauradas e usadas para a glória de Deus. Mas, mesmo diante do avanço e crescimento das igrejas indígenas, há ainda um grande serviço a ser feito. No Brasil, há 344 etnias indígenas, das quais 99 permanecem sem presença evangélica e sem missionários.

Dizer que o Evangelho não muda a cultura é uma afirmação errada. O Evangelho respeita a cultura, entretanto é inocência missiológica afirmarmos que não muda a cultura, pois a própria razão deste vem com o pressuposto de transformação em todos os níveis da existência humana. Uma comunidade indígena animista que aceita o conteúdo do Evangelho em suas vidas, para de temer os deuses, sacrificar os espíritos, reverenciar os ancestrais e praticar a poligamia, apenas para citar alguns exemplos mais visíveis. O Evangelho promove profundas mudanças, pois cremos que ele é supracultural: responde a perguntas e conflitos de todos os povos em todas as gerações e salva a todo o que crê – branco ou índio. O indígena é um ser humano e em toda a história da raça humana, entre os povos do mundo inteiro, houve mudanças culturais, visto que a cultura não é estagnada, ou seja, está em constante mudança. Penso que, se os colonizadores não tivessem chegado às Américas, ainda assim os indígenas que viveram há 500 anos passariam por mudanças culturais, porque aprenderiam coisas novas, assim como acontece nos dias atuais. O Evangelho muda a cultura, da mesma forma que há vários outros fatores externos que também causam mudança.

O Evangelho nos traz alívio e refrigério na alma. Da mesma forma que acontece com o branco, acontece com o indígena. Aquele que antes era escravo do engano, dominado por espírito maligno e pelo império das trevas, torna-se livre ao receber o Evangelho. Deus, em sua infinita bondade e graça, transforma nossas vidas. Antes dávamos passos em direção ao inferno, hoje caminhamos rumo à Nova Jerusalém. “O povo que jazia em trevas viu grande luz”, estávamos nas trevas e hoje estamos na luz. Jesus, o nosso Senhor, nos deu vida eterna, nos deu sentido para viver, vivemos para a glória de Deus. A nossa vida mudou para melhor, nos sentíamos inferiorizados e hoje nos sentimos valorizados. Éramos desprezados e hoje fomos aceitos na família de Deus. Graças ao nosso Deus e Pai, que nos enviou Jesus para nos salvar!

Lindelvan Costa · Missionário indígena no Amazonas