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No sábado, dia 24 de junho, foi realizada uma Conferência Bíblica aqui na Oitava. Nosso preletor foi o Luiz Sayão, teólogo, hebraísta e pastor na Igreja Batista Nações Unidas, em São Paulo. Ele falou sobre como devemos interpretar as profecias bíblicas. 

Separamos alguns tópicos de lições que aprendemos com ele, confira!  

 

• Quais as características e funções de um profeta na Bíblia?  

“O profeta apresentava Deus ao povo. Ministrava a proclamação da Palavra. Quando ouvimos a palavra “profeta”, imediatamente já imaginamos alguém que está adivinhando o futuro, falando o que vai acontecer. E o sentido de profeta é bem mais amplo. Por exemplo, podemos ler na Bíblia que a primeira pessoa chamada de profeta é o próprio Abraão, lá em Gênesis 20. O profeta por excelência apresentado na Bíblia é Moisés. Tanto é que Jesus, quando vai cumprir a palavra divina, é um profeta semelhante a Moisés, que trouxe a palavra divina”. 

 

• Quais eram os ensinamentos dados pelos profetas?
   
• A reafirmação do monoteísmo  

“Há um só Deus. Uma palavra contra os ídolos.”  

 

• A universalidade de Deus  

“Deus fez aliança com Israel, mas ele é o Deus de toda terra.”    

 

• A transcendência/imanência de Deus  

“Deus é santo, puro, poderoso e ao mesmo tempo está agindo na história.” 

 

• A santidade de Deus  

“Deus é Santo.”  

 

• Arrependimento/perdão  

“Os profetas sempre chamam o povo ao arrependimento e ensinam que o perdão de Deus está estendido sobre os povos.”  

 

• O dia do Senhor  

“Deus dá um prazo, um limite, chega uma hora que não dá mais: o limite da desobediência e da maldade chegará. Deus vai trazer o dia da intervenção.” 

 

• A justiça social  

“Todo tipo de maldade de exploração, e há um destaque para a situação e para a figura do órfão, da viúva, do pobre, do necessitado e do estrangeiro.” 

 

• Crítica do formalismo religioso  

“O povo ia ao templo, mantinha a forma do sistema, mas seu comportamento estava distante de Deus, não tinham nenhuma legitimidade de postura e de comportamento.” 

 

• Entender as profecias do Antigo Testamento é algo bem complexo  

“Alguns textos proféticos do Antigo Testamento não são fáceis de interpretar. Porque o profeta quando ele fala de algo do futuro, às vezes ele menciona coisas de épocas diferentes no mesmo pacote. Uma outra questão é que, às vezes dependendo da profecia, fica claro que é uma palavra de ordem literal, até quando tem detalhes geográficos ou alguma coisa desse tipo. E às vezes, não. Fica indefinido. Então, nem todos os textos podemos ter certeza absoluta, a partir de elementos subjetivos, se ele é de um jeito ou de outro [se a profecia é literal ou linguagem figurada].  

Não devemos ficar bravos com todo mundo que interpreta. Devemos entender que a tarefa não é tão simples assim. E o que a gente faz? A gente faz o seguinte: aquilo que está nítido e claro a gente bate o martelo, fecha, e ponto final; aquela profecia que tem uma probabilidade muito grande, que está muito reforçada, a gente diz que parece fazer sentido; aquilo que a gente não sabe, a gente diz que não sabe. A gente não precisa fechar, podemos até ter uma opinião. O que é complicado é quando as pessoas pegam coisas secundárias e menores e elevam a uma posição mais elevada, a ponto de dividir a comunidade da fé com coisas que na verdade são muito tênues e que no fundo não vai fazer diferença na vida de muita gente. Então, nesse sentido é que temos que tomar cuidado.” 

 

• A proposta bíblica é simples:
   
• Não deixe de viver a vida diária em função de uma proposta apocalíptica;
   
• Deus nos chama a viver uma vida comprometida com o Reino presente; 

• A dor e a crise não devem produzir escapismo, mas um compromisso com a misericórdia;
   
• Este é um momento de proclamar o Reino: muita gente está em busca de respostas;
   
• Sempre tome cuidado: há muita gente com má intenção.