HUMILDADE NO DIA A DIA EM TEMPOS DE PANDEMIA
“Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 Jo 4.20)
O amor a Deus é demonstrado nas situações diárias. Assim é também a humildade. São nas rotinas e insignificâncias diárias dos múltiplos relacionamentos que demonstramos qual espírito domina o nosso coração: humildade ou soberba. Os momentos diários, as conversas em família, as prosas com os amigos e amigas, os comentários nas redes sociais, os ensaios dos grupos de louvor, teatro e/ou dança e as atividades não religiosas do dia a dia revelam nosso verdadeiro coração. A orientação bíblica é límpida:
“Em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde.” (Rm 12.16)
“O amor não se ufana, não se ensoberbece, não procura os seus interesses, não se exaspera.” (l Co 13.4-5)
“Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.” (Gl 5.13,26)
“Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.” (Fp 2.3)
“Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, assim como o Senhor vos perdoou.” (Cl 3.12-13)
Se a pergunta frequentemente feita é: “Como podemos considerar outros superiores a nós mesmos, quando vemos que eles estão muito abaixo de nós em sabedoria e santidade, talentos e dons espirituais?”, esse pensamento revela o quanto estamos distantes da verdadeira humildade. A verdadeira humildade não mais se compara com os outros, respeita cada filho de Deus, mesmo o mais débil e o mais indigno, honra-o e o prefere em honra como irmão e próximo criado à imagem de Deus.
Não cabe no mesmo lugar humildade, ciúmes e inveja. Uma pessoa humilde pode louvar a Deus quando outros são preferidos e abençoados antes de ela ser; suportar ouvir outros sendo louvados e ela sendo esquecida, pois recebeu o espírito de Jesus que não se agradou a si mesmo e não buscou sua própria honra.
Muitas vezes consideramos que temos razão para manifestar impaciência e irritação diante das falhas, comportamentos prepotentes e pecados de cristãos, autoridades e pessoas da família. Uma pessoa humilde de coração reconhece que o Senhor a está provando nessas ocasiões para potencializar seu crescimento espiritual e conhecer a verdadeira humildade de Cristo.
A humildade do Senhor Jesus não consiste meramente em opiniões ou palavras de autodepreciação, mas um coração cercado de compaixão e amabilidade, mansidão e longanimidade, a doce e humilde gentileza reconhecida como a marca do Cordeiro de Deus.
Portanto, revistamo-nos de um coração de compaixão, bondade, humildade, mansidão, longanimidade, e provemos nossa semelhança com Cristo, não apenas em nosso zelo por salvar o perdido, mas, antes de tudo, em nosso relacionamento com os irmãos, suportando e perdoando uns aos outros, assim como o Senhor nos perdoou.
Reflitamos e perguntemos a nossos irmãos e aos que convivem conosco se podem ver este espírito de humildade em nosso viver diário. E vamos, em cada falha e fraqueza, simplesmente nos apressar em tornarmos humildes e mansos, na certeza de que Cristo está, de fato, entronizado em nossos corações. Que sua humildade e bondade sejam como fontes de água viva que fluem de dentro de nós.
Se o espírito de amor, tolerância e humildade genuína, porventura, estiveram ausentes; se selecionamos pessoas e amigos e rejeitamos os difíceis, os enfadonhos de suportar e amar, estamos mais como os que não conhecem a Cristo, que procedem assim também. A verdadeira humildade é como a do Senhor Jesus Cristo: busca ser um servo, intercessor, confortador para outros, até para os que são considerados fracos e indignos.
A humildade de coração é uma graça concedida pelo Espírito Santo. Nunca vem de nós mesmos. Busquemos com fervor esta bênção. Nunca desanimemos de buscar nos tornarmos semelhantes a Cristo. Busquemos fervorosamente esta graça divina: respeitar todo irmão que nos tenta ou irrita como um meio de graça para o nosso crescimento e instrumento de purificação, e para a demonstração da humildade de Cristo, a vida verdadeira que ele derramou em nós pelo Espírito Santo. Nosso ego está crucificado com Cristo, então, no poder de Deus, busquemos servir uns aos outros com amor e humildade. O orgulho alimenta a ofensa, a humildade esquece e perdoa.
Pr. Jeremias Pereira • Pastor Titular