EXISTE UMA SAÍDA
Um assunto delicado, mas necessário. Falar sobre suicídio nunca é fácil, principalmente quando as estatísticas não são nada animadoras. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho, o número de suicídios no Brasil aumentou 11,8% em 2022, na comparação com o ano anterior. Ao todo, foram 16.262 registros – é como se, por dia, 44 pessoas tivessem tirado a própria vida.
Essa triste realidade nos faz tentar entender o motivo que leva alguém a esse extremo. Ou seriam “os motivos”? E quais seriam eles? Responder a esses questionamentos pode ser um ponto de partida.
O psicólogo e especializando em Suicidologia Davi de Araújo Silva explica que existem fatores de risco para o comportamento suicida. Esses fatores, segundo ele, podem ser divididos em dois grupos: predisponentes (distante em relação ao ato suicida) e precipitantes (próximo em relação ao ato suicida). Dentro dessa primeira categoria estão as seguintes causas: transtorno psiquiátrico, histórico familiar de suicídio, violência e/ou alcoolismo, divórcio ou viuvez, desemprego, abuso infantil e, principalmente, se já houve alguma tentativa anterior; já no segundo grupo podemos citar: separação conjugal, luto, conflitos familiares, instabilidade financeira e sentimentos como rejeição, culpa e vergonha.
Assim sendo, podemos concluir que o suicídio é multifatorial. Isso afasta a ideia comum de que o autoextermínio é resultante – somente – da depressão. Como apontado pelo especialista, o comportamento suicida pode ter várias outras razões. Por isso, ele chama a atenção para alguns sinais que podem indicar que uma pessoa está precisando de ajuda: “Tentar perceber a fala dela, se é um discurso mais negativo, pessimista. [Normalmente] A pessoa está muito para baixo. Você também observa quais são os ambientes que ela está frequentando; se ela está abusando do uso de algum medicamento ou substância como o álcool, por exemplo”.
Uma vez observado um ou mais indícios, como ajudar? O ideal, de acordo com Davi, é ir atrás dessa pessoa sem julgá-la. “[O ideal é] prestar um acolhimento, demonstrando real preocupação e deixando claro que você sentiu falta dela. São pessoas que, geralmente, acham que não farão falta. Então, é importante também se atentar a isso”, salienta.
Como se ajudar?
Talvez a pessoa cabisbaixa e desesperançosa seja você. Nesse caso, é possível – e necessário – ajudar a si mesmo. “Nunca é tarde para buscar ajuda”, garante o psicólogo Davi de Araújo Silva. Ele diz que é importante entender que não é sempre que conseguiremos resolver as coisas sozinhos. “Existe sim outra saída, existe sim outro caminho. Por maior que seja seu sofrimento, é possível sim ser curado, é possível ser liberto. Procure profissionais capazes, um bom psiquiatra, um bom psicólogo. O aconselhamento pastoral também é importante, porque a angústia pode estar ligada à área espiritual”. Ele finaliza com uma frase categórica: “O suicídio nunca é um caminho eficaz”.
Se você não está conseguindo enxergar uma saída, pare. Isso mesmo. Pare, respire fundo e lembre-se que existe um Deus que te ama. Ore agora mesmo, pedindo socorro Àquele que te criou. Ele sabe das suas lutas e quer te ajudar. Depois de falar com o Senhor, entre em contato com a Oitava, no número 31-3449-8600, ou com a Associação Beneficente Wilson de Souza (AWISO), no 31-3426-3562, e peça ajuda!
*Com informações do blog VivaBem, do portal UOL.