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EU GOSTO DE CONFORTO

Eu gosto de conforto. Gosto de estar em lugares agradáveis, de conviver com pessoas simpáticas com as quais já tenho algum relacionamento. Por causa da correria diária, gosto de ficar em casa, com minha família, cercado daqueles que me amam, da comunhão da família da fé no GCOI e da alegria de estar entre os que seguem a Jesus.

Jesus Cristo conhece um conforto infinitamente maior que esse. Ele habita a eternidade cercado pela comunhão da Trindade Santa, num relacionamento de perfeito amor e aceitação, recebendo ainda adoração constante de anjos e querubins.

Se havia alguém que poderia se apegar a este conforto, este alguém era Jesus. Mas o texto bíblico afirma que Ele não considerou que o ser igual a Deus era algo a que Ele devia se apegar. Por amor a nós, Ele se esvaziou de sua glória e assumiu forma humana, tornando-se servo (escravo!), chegando ao ponto de morrer pregado numa cruz por puro amor (Fp 2.5-11). Ele trocou o conforto da Trindade pelo desconforto da presença pecadora do homem, não buscando o convívio dos ricos e poderosos, em seus palácios e banquetes, mas procurando o marginal, o leproso, o paralítico e o corrupto.

Ser cristão é querer a presença de Deus e a companhia dos irmãos na fé, mas ser cristão é também tornar-se parecido com Cristo, seguindo seu exemplo de todas as formas. Levar o amor do Pai às pessoas requer, por vezes, abrir mão do conforto pessoal, das companhias agradáveis e da comida de primeira. Jesus amou todo tipo de pessoa, nas mais variadas horas, em qualquer dia da semana. Fartou-se de banquetes, mas também teve fome e sede, cansado das longas jornadas a pé.

Ser cristão é amar o inválido, lembrando que o inválido de hoje nem sempre era o inválido daquela época. O sem valor é muitas vezes aquela companhia que ninguém quer, seja numa festa, na igreja ou na família. Ele é inválido porque não há nada nele que chame a nossa atenção, pois aparentemente não ganharemos nada com seu relacionamento. Jesus nos amou de graça, éramos todos inválidos, mas apenas quando se ama é possível achar valor onde ninguém vê mais nada.

A ordem de Jesus foi clara: vão e façam discípulos, assim como eu amei vocês, amem os outros. O desafio do discipulado para a Oitava Igreja só poderá ser encarado se estivermos dispostos a deixar um pouco de nosso conforto de lado. Telefonar, sair, visitar, orar, ensinar, caminhar junto, receber em casa. Tudo isso exige certo esforço, mas nada disso é esforço demais, se temos como modelo o que Jesus fez por nós. Alguns testemunhos de gente que saiu de seu conforto para construir relacionamentos pipocam na igreja o tempo todo, provando que o conforto maior está em fazer a vontade do Pai. Somos desafiados a cada dia a romper os limites da acomodação para brilharmos a luz de Cristo e salgarmos a terra, pois temos nEle nosso maior exemplo. “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34).

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha · Pastor Auxiliar