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Dia dos Pais

O QUE UM PAI É CAPAZ DE ENFRENTAR PARA PROTEGER SEUS FILHOS?

É bem provável que você já tenha ouvido por aí o termo “pãe”, que nada mais é que a junção de “pai” e “mãe”. Normalmente, ele é designado a pais que, pelas mais diferentes circunstâncias da vida, tiveram que aglutinar o papel de mãe para criar e educar seus filhos. A Oitava tem um exemplo desses entre seus membros, e talvez seja ele a representação mais fidedigna deste arquétipo. Seu nome é Rubner Último Pimenta, 56, Contador e, atualmente, Assistente Administrativo e colaborador da Junta Diaconal em na nossa igreja.

Quem o vê trabalhando, sendo simpático e cuidando dos filhos Thor, 23, e Thyfanni, 20, não imagina que, há 20 anos, o então jovem adulto não conseguia sequer esboçar um sorriso. As tais circunstâncias da vida o obrigaram a cuidar sozinho dos dois filhos. O menino com três anos de idade e a menina com apenas quatro meses de vida. Coube a ele a missão de trabalhar, garantir o sustento dos três, cuidar, educar e ainda arranjar tempo e energia para darlhes momentos de lazer, indispensáveis à vida de qualquer criança.

Não foi fácil. Ainda recém-nascida, a menina teve convulsões. Mas o instinto de pai, ou de “pãe”, fez com que Rubner, imediatamente, a colocasse debaixo do chuveiro na tentativa de trazê-la de volta à consciência. Não adiantou. Foi preciso segurar os dois filhos no colo e procurar o hospital mais próximo. Intolerância à lactose era o que havia causado o problema. Thyfanni ficou bem. Todos ficaram bem.

Importante ressaltar que, nesse período, foi preciso driblar também o desemprego, como se já não bastasse tantas lutas. “Eu fazia produtos de limpeza e saía para vender”. Saía, diga-se de passagem, de ônibus e com os dois filhos nos braços. Um bico aqui e outro ali foram garantindo o sustento dos três. “Aos seis, sete anos de idade, eles já pegavam ônibus sozinhos”, relembra. Os anos foram passando e chegou o momento de lidar com uma fase nada simples: a adolescência. “Cuidar de filha foi muito difícil”, conta. Diálogos, consultas, pesquisas na internet e, claro, muito amor supriram a ausência da figura materna.

Os três sobreviveram. E, em um dado momento, Rubner teve um encontro com Alguém que lhes faria não só continuar sobrevivendo, mas viverem de forma plena. Jesus Cristo preencheu a mente e o coração de um homem sofrido, que há não muito tempo havia experimentado algumas das mais dolorosas sensações que o ser humano pode provar. A síndrome do pânico e outros distúrbios psicossomáticos começaram a ser expelidos com a Verdade e o amor do Criador. Já não havia lugar para mágoa e ressentimentos.

Do início dos anos 2000 a 2014, a família frequentou e esteve bastante envolvida na Igreja Batista da Lagoinha. Rubner se dedicava, entre outras coisas, ao trabalho com jovens. Até que chegou o momento de encerrar esse ciclo e dar lugar ao novo. A dúvida, entretanto, pairou: ” Vir para a Oitava Igreja era mesmo a melhor escolha?” Se Thor e Thyfanni se adaptassem e não demonstrassem resistência, ele viria. E assim aconteceu, ou melhor, assim quis o Senhor.

Hoje, o pai afirma com veemência que tudo o que enfrentaram não foi em vão. A dificuldade o marcou e o fez crescer como homem. “Deus me deu a missão de cuidar dos dois. Abri mão de tudo por eles e não me arrependo nem por um instante. Vi nascer o primeiro dente, estive presente na primeira formatura… Me considero um privilegiado. Vivemos hoje com toda intensidade, como uma família completa. Não nos falta nada, graças a Deus”.

RECORDAÇÕES

“Me lembro quando eu era pequeno e meu pai sempre nos deixava na casa da minha tia para poder trabalhar, e só nos buscava à noite. Toda vez ele chegava cheio de compras do supermercado e, mesmo com todo esse peso, me segurava num braço e minha irmã no outro, e pegava ônibus até chegar em casa. Isso me marcou muito, pois, por mais que tudo fosse adverso, ele batalhou por mim.” (Thor Pimenta)

“Lembro de quando meu pai se converteu. Eu frequentava a igreja com ele, mas ainda não tinha entendido o propósito de Jesus para a minha vida. Um dia ele estava conversando comigo no meu quarto e me apresentou um livrinho infantil que falava sobre Jesus e a salvação. Fiquei maravilhada com aquilo! Jesus usou a vida do meu pai para que eu pudesse conhecê-lo. Lembro também de uma fase em que tive algumas crises existenciais. Meu pai sempre esteve comigo, mesmo trabalhando. Ele sempre vinha com uma palavra de ânimo, citando passagens bíblicas, orando por mim, me ajudando a fortalecer minha fé e me ensinando que momentos como aquele são passageiros e que em todos eles nós crescemos e aprendemos algo.” (Thyfanni Pimenta)