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“Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível” (Hebreus 11.3)

O ser humano gravita em dois mundo – o natural e o sobrenatural. Da concepção à morte, o homem toca o natural. Da fecundação até ao nascimento o corpo da criança desenvolve unicamente por estar ligado ao corpo da mãe. Do nascimento à morte, o ser humano experimenta e se relaciona com o natural diariamente. Ela ainda mantém-se ligada à mãe por meio do leite materno. A partir desse estágio a figura parterna contribui para que ela entenda que o mundo é maior do que ela e a mãe. Outros alimentos são introduzidos em sua alimentação, brinca, chora, aprende a diferença entre quente e frio, conhece os animais e as plantas, ela aprende o valor da água – tanto para ingestão quanto para a higiene. Da adolescência à fase adulta, o ser humano se esbalda no que é tangível – ao natural. À beira da velhice, o homem, por mais frugal que seja a sua vida, continua cercado pelo natural. Por fim, ele experimenta o mais triste do mundo natural – a morte. A convivência com o mundo natural é tão intensa e perceptível para o homem que ele corre o risco de não acreditar no sobrenatural.

Entretanto, da mesma forma que o homem é cercado pelo natural, semelhantemente, o sobrenatural o cerca também. Não precisa ser um místico para perceber a presença do sobrenatural em sua vida. A Bíblia em Hb 11.3, nos ensina que “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível”. Entendemos, por meio deste versículo, que as coisas visíveis, aquilo que é tangível e mensurável, são oriundas do invisível. Tudo quanto nos cerca, tudo quanto tocamos, teve sua origem naquilo que não vemos nem tocamos. O sobrenatural é algo normal na criação de Deus. Deus é sobrenatural, mas se revela ao homem de forma natural, quer por meio da Sua criação, quer por meio da encarnação do Seu Filho. Paulo, falando a um grupo de intelectuais atenienses, afirmou que Deus fez o mundo e todas as coisas nele (At 17.24-27) Uma vez que Deus é sobrenatural e se revela naturalmente ao homem, esse homem, criado por Ele, é objeto do Seu amor, é sobrenaturalmente mantido e sustentado de forma sobrenatural.
O sobrenatural faz parte da existência humana. Deus, de forma criativa, tem nos sustentado, ora fazendo uso do mensurável, ora do sobrenatural. O processo para a salvação do homem é marcado por milagres. A salvação em si, é um ato sobrenatural, onde o Espírito Santo o convence do pecado, gera fé em seu coração e leva-o ao arrependimento.
Todo cristão traz consigo a marca do sobrenatural. Falar com Deus, ter certeza de que será ouvido e atendido por Ele, por exemplo, são evidências claras de uma pessoa que crê no sobrenatural. A crença em Deus é crença no sobrenatural, pois Ele é sobre natural. De forma sobrenatural Ele nos sustenta e nos mantém em pé. Ele nos providenciou tanto o que necessitaremos para a eternidade, como os meios para chegarmos até lá. Ele nos sustenta física-emocional e espiritualmente de forma sobrenatural. As suas bênçãos são de origem sobrenatural. A sua intervenção é surpreendetemente sobrenatural. O livramento é sobrenatural, pois o inimigo também o é. Deus materializa o sobrenatural no mundo natural. Ele tem prazer em colocar o homem como coadjuvante das Suas obras.
Por mais natural que sejam as coisas que nos cercam, há uma redoma do sobrenatural em nosso todo de todo aquele que tem um relacionamento com Deus.

Pr. Roberto T. Santos | prroberto@oitavaigreja.com.br