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Pr. Jeremias

“DEUS AMOU O MUNDO”… “NÃO AMEIS O MUNDO”

Que mundo devemos amar como Deus amou, e que mundo o cristão não deve amar de acordo com a Bíblia? Sabemos que as palavras mudam de acordo com o contexto em que são usadas. Por exemplo, a palavra “manga” pode significar realidades diferentes: “manga” onde os animais estão pastando, “manga” de camisa, fui à cidade de “Manga”, etc. Assim também a palavra “Mundo” muda de significado conforme o contexto em que aparece na Bíblia. Exemplos: 

O MUNDO FÍSICO CRIADO POR DEUS. O mundo e toda a criação do Eterno: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há” (Atos 17.24). É usada a palavra grega “kosmos” (mundo), de onde derivam palavras relacionadas com a criação: microcosmo, macrocosmo, cosmologia. Devemos, como cristãos, amar este mundo, cuidar da natureza, ser um defensor da ecologia e da criação que o Eterno nos presenteou. 

O MUNDO DAS PESSOAS. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Aqui, “mundo” identifica as pessoas de todas as tribos, povos, raças e línguas. As pessoas por quem Jesus morreu na cruz e em favor de quem derramou Seu sangue para remissão de pecados e ressuscitou para efetivar a salvação Eterna. Nesse mundo, em que Deus amou as pessoas, todo cristão deve amar, orar em favor d’Ele e testemunhar o evangelho Eterno. 

O MUNDO COMO UM SISTEMA POLÍTICO. No Séc. I, a pregação do evangelho de Cristo se espalhou por muitos lugares a partir das viagens missionárias de Paulo. Quando chegou à Tessalônica, o comentário foi: “estes que têm transtornado o mundo chegaram até nós” (Atos 17.6). “Mundo”, aqui, é uma referência ao sistema ideológico, político, militar e econômico do Império Romano, que se espalhava pela região mediterrânea. O imperador era conhecido como Dominus et Deus: Senhor e Deus. Com a pregação dos apóstolos que Jesus é Deus, e que Ele é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores, o nome de Jesus era, então, uma ameaça a César: “Todos estes estão agindo contra os decretos de César, dizendo que existe um outro rei, chamado Jesus” (Atos 17.7). “Mundo”, neste caso, era o mundo da Roma pagã dominada por sua decadência, incluindo práticas de ocultismo, imoralidade sexual, comportamentos anti-Deus e adoração dos seus líderes políticos (veja Romanos 1.18-31). A igreja daqueles dias amou as pessoas que viviam nesse ambiente, mas não a mentalidade que dominava no mundo. 

O MUNDO COMO UM SISTEMA DE VALORES, IDEOLOGIAS E COMPORTAMENTOS, INFLUENCIADOS E DOMINADOS POR SATANÁS E, PORTANTO, CONTRÁRIO A CRISTO. A este mundo o cristão não deve amar. “Não ame(ameis) o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele. Pois tudo que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens (soberba da vida) não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (I João 2.25-17). Esse “mundo” está em pecado e precisa ser salvo; eticamente falando, é um mundo que está em trevas e onde a luz do evangelho já brilhou por meio de Cristo e deve continuar brilhando mediante à Igreja; o mundo que está espiritualmente morto e precisa do poder regenerador de Cristo para que ele ressuscite e viva para Deus. Esse mundo é que afeta a mente e comportamento das pessoas, levando-as a viverem – inclusive alguns frequentantes de igrejas – uma vida de valores e condutas anti-Cristãs e anti-bíblicas. A maneira de vencer este mundo é pelo sangue de Cristo, o poder do Espírito Santo e a obediência às verdades reveladas nas Sagradas Escrituras.  

– Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular