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O capítulo 4 de Atos termina com a linda história de generosidade e fidelidade de Barnabé, que, tendo um campo, o vende e coloca o dinheiro aos pés dos apóstolos. A generosidade honra a Deus e te aproxima d’Ele (2 Coríntios 9.13). A generosidade o faz mais parecido com Jesus e cura o materialismo (Provérbios 21.26). A generosidade prova a realidade da sua fé, pois sem fé é impossível ser autenticamente generoso (2 Co 9.13). Por meio da generosidade seu caráter é revelado às pessoas que convivem com você (Lucas 16.11). A generosidade sempre trará a bênção de Deus (Pv 22.9). 

O capítulo 5 de Atos (1-11) começa com a morte de um casal chamado: Ananias e Safira. Os dois vendem uma propriedade e entregam publicamente o dinheiro à comunidade. No entanto, secretamente, eles retêm uma parte do dinheiro para si. Pedro detecta o engano e confronta os dois separadamente. O simples fato de ouvir a acusação de Pedro faz com que cada um deles caia morto no local. 

Aos nossos ouvidos, o destino deles parece desproporcional à infração. Pedro reconhece que eles não tinham a obrigação de doar o dinheiro: “Enquanto não foi vendido, não permaneceu seu? E depois que foi vendido, o dinheiro não estava à sua disposição?” (At 5.4). A propriedade privada não foi abolida, e mesmo aqueles na comunidade de amor ao próximo podem legitimamente optar por manter os recursos que Deus lhes confiou. Então, por que mentir sobre o dinheiro traz morte instantânea? 

Ananias e Safira tiveram a oportunidade de exercerem a generosidade, porém, demonstraram mesquinhez, o que causou a morte de ambos. Muitas tentativas foram feitas para descrever o motivo de suas mortes e até mesmo para simplesmente nomear o pecado que cometeram. Como o estudioso Scott Bartchy coloca: “Ao mentir para alcançar uma honra que não haviam merecido, Ananias e Safira não apenas se desonraram e se envergonharam como patronos, mas também se revelaram estranhos, não-parentes”.  

Eles tentam se parecer com Barnabé em sua abordagem centrada no outro para administrar recursos (At 4.36-37), mas sua motivação está, na verdade, em ganhar honra para si mesmo com pouco dinheiro. Ao fazê-lo, eles realmente agem como parte da economia patronal romana. Parecem generosos, mas estão dando por causa do status, não do amor. Além disso, sua mentira sobre a administração de recursos é interpretada por Pedro como uma mentira ao Espírito Santo e a Deus (Atos 5.3-4).  

Como é impressionante que uma mentira para a comunidade seja equiparada a uma mentira para o Espírito de Deus! E uma mentira sobre recursos é tão séria quanto uma mentira sobre assuntos “religiosos”. Já vimos que um dos papéis principais do Espírito Santo é formar o povo de Deus em uma comunidade que usa os recursos de acordo com uma profunda preocupação pelos outros. Não é de se surpreender, então, que o falso ato de generosidade de Ananias e Safira seja descrito como falsificando a obra do Espírito. Sua falsa generosidade e sua tentativa de enganar o Espírito Santo são uma ameaça à identidade da comunidade cristã. Esse é um lembrete sóbrio dos sérios riscos ligados à comunidade cristã e à nossa própria participação nela. 

Por meio da generosidade meu caráter é revelado às pessoas que convivem comigo (Lc 16.11). A generosidade sempre trará a bênção de Deus (Pv 22.9). A generosidade expande minha influência.  

O mundo dos generosos fica cada vez maior; já o mundo dos mesquinhos, diminui. A generosidade aumenta a minha felicidade e os meus recursos (At 20.35; Pv 11.25). O amor é sobre dar, e a luxúria é sobre conseguir.  

Na Bíblia, a palavra “acreditar” é usada 272 vezes; “oração” é usada 371 vezes; “amor” é usada 714 vezes; e o termo “dar” é utilizado 2.152 vezes. Por quê? Porque Deus é um doador. Ele é generoso. 

– Pr. Roberto Santos – Pastor Auxiliar