A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DA IGREJA
A Bíblia nos orienta que a disciplina é uma prática básica na vida da igreja local, além de ser um ensinamento e uma ordenança de Cristo, nosso Senhor (Mt 18.15-20). Uma igreja que não exerce a disciplina bíblica de forma constante, cuidadosa, atenciosa, respeitosa e afetuosa não está comprometida com a santificação da comunidade. A disciplina deve ser exercida sempre com amor, compaixão, sem vingança, ódio ou retaliação (Gl 6.1).
Os alvos da disciplina:
- A Glória de Cristo – A igreja deve disciplinar procurando a glória e honra do Cabeça da Igreja, Cristo Jesus. Não disciplinar os membros que cometem pecados escandalosos desonra o nome de Cristo;
- O bem da pessoa disciplinada – Sem disciplina não há santificação e possibilidade de restauração. Mais cedo ou mais tarde, pecados escandalosos serão manifestados, e quando a liderança da igreja local tem conhecimento e não toma posição bíblica, ela submete seus liderados à opressão maligna. A liderança da igreja trata apenas daquilo que chega ao seu conhecimento. A disciplina tem como alvo gerar arrependimento e trazer a pessoa aos caminhos do Evangelho de Cristo (Hb 12. 11-13).
Os diferentes tipos de disciplina:
- Educação – É a disciplina que envolve o discipulado, o ensino bíblico, a pregação, o conselho, a instrução, a repreensão e a orientação para que a pessoa deixe os maus caminhos e ajuste sua vida ao discipulado de Cristo. Pode ser a instrução pessoal por intermédio do púlpito da igreja, por meio dos pequenos grupos e multimodos que a igreja usa para educar homens e mulheres de Deus à prática daquilo que O agrada.
- Correção – A pessoa é formalmente orientada a afastar-se do erro e do pecado. É acompanhada e deve prestar contas de sua vida, a fim de que seja observada, caso esteja realmente buscando dar frutos de arrependimento.
- Suspensão – As faltas e pecados que vão se tornando públicos ou escandalosos e que comprometem o testemunho da comunidade da fé devem receber disciplina. Se alguém for acusado de pecado grave, isso deve ser feito por escrito e encaminhado à liderança – ou a pessoa confessa seu pecado. Às vezes só há confissão depois que a pessoa é flagrada no escândalo. O conselho da igreja sempre dará oportunidade à pessoa para se defender ou admitir o erro. Nesse caso, o mesmo – como membro – será afastado do ministério/liderança e também da participação na Ceia do Senhor. No caso de líderes, este pode ser afastado por tempo determinado ou indeterminado, e perde os privilégios e honras envolvidas em sua função. No caso de pastores, quem os disciplina é o presbitério de sua respectiva igreja.
- Exclusão – Quando a pessoa disciplinada mantém o coração duro e continua na prática do pecado escandaloso, sem manifestar nenhuma tristeza e frutos de arrependimento.
A comunicação da disciplina:
Toda disciplina deve ser comunicada à igreja, com reverência e temor a Cristo. Na Oitava, considerando o tamanho da membresia, o Conselho decidiu que a disciplina deve ser comunicada no ambiente onde a pessoa é conhecida: ministério e/ou célula que participa, se for o caso. Em se tratando de líderes e/ou pessoas de grande visibilidade na congregação, a comunicação será feita em todos os cultos dominicais.
Restauração:
- À Ceia do Senhor – Quando uma pessoa que estiver disciplinada demonstrar frutos de arrependimento, este deve solicitar por escrito, ao conselho da igreja, sua restauração. Isso também pode ser feito pelo pastor e/ou líderes que estiverem acompanhando a pessoa. Então, o conselho a restaurará à comunhão da igreja, e esta voltará a participar da ceia do Senhor.
- Ao ministério e à liderança – No caso de membros, envolverá o acompanhamento pastoral e a integração gradual ao ministério local. No caso de presbíteros e diáconos, faz-se necessário nova eleição por parte da igreja. Em caso de pastores, apenas o presbitério tem competência para efetivar a restauração. Em caso de pastores auxiliares, quando disciplinados pelo presbitério, deixam de pertencer ao corpo pastoral da sua antiga igreja. Quando de sua restauração, caberá ao presbitério lhe designar campo eclesiástico a convite de alguma igreja.
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado”. (Gálatas 6.1)
– Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular