“34 anos de ordenação pastoral”
“Nasci aos 27 de março de 1955, em Janaúba, sertão de Minas Gerais. De lar evangélico, sou o sexto filho dos onze, que meus pais, Anatalão Pereira da Silva e Ilca Durães de Oliveira e Silva, geraram. Fui ensinado nos caminhos do Eterno por meus amados pais. Eles tinham zelo em orar em casa e buscar a Cristo, e isso nós, os filhos, acompanhávamos no dia a dia. Meu pai era membro da congregação presbiteriana, e minha mãe, dona Ilca, membro da Igreja Batista. Ela, sempre cuidadosa, arrumava os filhos e os entregava a meu pai, para levar ‘os meninos para a Escola Dominical’. As meninas, minhas irmãs, iam com ela para a Igreja Batista.
“Aos 14 anos vim para Belo Horizonte, com o objetivo de fazer o ‘Científico’ (2º. Grau) e tentar o curso de Medicina. Fui trazido, de Janaúba para Belo Horizonte, por meu irmão Carlos Joel, e tivemos o apoio exponencial de nossos tios José Jorge dos Santos (Tizé) e tia Marlene (sua esposa, então), tio Nicodemos Durães, e sua esposa, tia Paulina, que nos ofereceram um período estratégico de apoio por dois anos e meio em seus lares. Além do apoio de meus outros tios e tias que aqui moravam.
“Dos 14 aos 17 anos, 1970 a 1972, longe de casa, dos meus pais e da igreja onde fui criado, esfriei-me na fé e me afastei de Deus. Embora frequentasse, esporadicamente, os cultos em uma igreja Metodista no Bairro Concórdia, gente que me acolheu e procura me manter perto de Deus, ao afastar-me de Deus, um vazio tomou conta de meu coração, e em algumas noites chegou mesmo ao desespero.
“Na noite do dia 28 de julho de 1972, num congresso de jovens, na Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, ouvi uma mensagem pelo Rev. Osvaldo Alves sobre o filho pródigo, e a ênfase, em Lucas 15.20: ‘Vinha ele ainda longe, quando o pai o viu e, correndo o abraçou e o beijou.’ O pregador enfatizou: ‘Jovem, filho de pais crentes, consagrados e dedicados, que foi criado na igreja, e está longe de Deus, embora de vez em quando vá aos cultos… Hoje é seu dia de voltar para Cristo. Ele está de braços abertos, esperando o seu regresso.’ Após o culto, já na pensão onde morava, ajoelhei-me à beira da minha cama e entreguei minha vida a Cristo.
“Após este encontro marcante com Cristo, comecei a ter uma fome de conhecer a Bíblia, e lia a Palavra de Deus com avidez. Muitas vezes fiquei até de madrugada lendo e orando, e sentia muita alegria de servir na pequena congregação de São Tomaz (hoje Igreja Betel), na congregação de Santa Cruz, e na Igreja Presbiteriana de Vilas Reunidas (hoje Bairro União). Alguns amigos e pastores me diziam: ‘Você deveria ir para o seminário!’. Minha resposta era: ‘Não tenho um chamado de Deus para ser pastor, mas vou orar pelo assunto.’
“No primeiro semestre de 1974 começou uma luta dentro do meu coração: medicina ou seminário? Meus pais, minha família, meus pastores daquela época, Rev. Obedes Ferreira da Cunha, e sua esposa, dona Cenir, me aconselhavam e oravam muito por minha vida. Em setembro daquele ano tinha uma decisão clara: iria estudar Teologia. Eu era membro da igreja do Bairro União. Fui encaminhando ao presbitério de Belo Horizonte, que enviou-me para estudar no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, onde, nos anos 1975-1978, fiz o Bacharel em Teologia.
“Aos 14 de janeiro de 1979 fui designado Pastor-Licenciado, para servir na 4ª. Igreja Presbiteriana, e fui ordenado a Pastor no dia 30 de junho de 1979 exatamente há 34 anos. E nestes 34 anos exerci o pastorado em duas igrejas: a 4ª. Igreja Presbiteriana no Bairro Pompéia, de 1979 a 1981, e agora na nossa Oitava Igreja Presbiteriana, desde 1982. A Cristo o louvor, a glória, a honra e a gratidão.
“Naquele dia 30 de junho de 1979 escrevi na minha primeira carteira de ministro: ‘Meu versículo, que recebi como promessa do Senhor: ‘Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim, a Deus, que prova os nossos corações’( I Ts 2.4) . Que Deus me ajude a ser fiel à sua vontade e sua Palavra.’ Sigo procurando cumprir estes propósitos.
“Olho para trás com muita gratidão por tudo que tenho vivido na presença do Senhor e pelo seu favor, que me emociona muito e muito. Há mesmo muito, muito, muito e muitos para agradecer. Olho para frente com esperança, certo de que grandes coisas estão por vir.”
Pr. Jeremias Pereira | prjeremias@oitavaigreja.com.br